Passo a passo para declarar investimentos no Imposto de Renda - Missão Investimento

Passo a passo para declarar investimentos no Imposto de Renda

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Declarar o Imposto de Renda (IR) pode parecer uma tarefa complicada, especialmente quando envolve diferentes tipos de investimentos. A boa notícia é que, com um pouco de organização e atenção aos detalhes, você consegue fazer tudo corretamente — e evitar problemas com a Receita Federal.

Neste artigo, vamos explicar, passo a passo, como declarar seus investimentos, desde os mais simples até os mais complexos.

Quem precisa declarar investimentos?

Antes de tudo, é importante saber se você está obrigado a declarar. A Receita Federal exige a declaração do Imposto de Renda de quem:

  • Recebeu rendimentos tributáveis acima do limite anual;
  • Obteve ganho de capital na venda de bens ou direitos, inclusive investimentos;
  • Realizou operações na bolsa de valores, mesmo que de pequeno valor;
  • Teve bens ou direitos (inclusive investimentos) com valor total superior a R$ 300 mil em 31 de dezembro.

Se você se encaixa em uma dessas situações, precisa declarar seus investimentos no IR.

Organize os informes de rendimentos

O primeiro passo é reunir todos os informes de rendimentos dos bancos e corretoras onde você investe. Esses documentos costumam estar disponíveis nos aplicativos ou sites das instituições financeiras e contêm informações detalhadas sobre:

  • Saldo de aplicações no fim do ano;
  • Rendimentos recebidos (tributáveis ou isentos);
  • Impostos retidos na fonte.

Separe os investimentos por categoria

Na declaração, os investimentos devem ser informados em diferentes abas do programa da Receita Federal, de acordo com sua natureza. Veja os principais tipos:

Renda Fixa (CDB, Tesouro Direto, LC, LCI, LCA)

  • Saldo em 31/12: Declare na ficha “Bens e Direitos”, informando o tipo de investimento, CNPJ da instituição e o valor investido.
  • Rendimentos: Use a ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, código 06 (Rendimentos de aplicações financeiras).

Dica: Investimentos isentos de IR, como LCI e LCA, devem ser informados em “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”.

Fundos de Investimento

  • Bens e Direitos: Informe o saldo na categoria 72 (Fundo de Curto Prazo) ou 73 (Fundo de Longo Prazo e outros).
  • Rendimentos: Declare conforme o informe da instituição, na ficha correspondente a tributação exclusiva ou isenta, dependendo do tipo de fundo.

Ações e Operações na Bolsa

  • Bens e Direitos: Declare a posse das ações com o código 39 (Outras participações societárias) ou 31 (Ações em bolsa), com CNPJ da empresa e valor de aquisição.
  • Ganhos de capital: Use o programa auxiliar da Receita, chamado GCAP, para calcular e importar os lucros ou prejuízos.
  • Rendimentos de dividendos: Informe na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, código 09.
  • Juros sobre capital próprio: Vá até “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, código 10.

Criptomoedas

  • Bens e Direitos: Use o código 08 (Criptoativos), informando o tipo de moeda, quantidade e valor de aquisição.
  • Ganhos de capital: Se tiver vendido criptos com lucro acima do limite mensal de isenção, declare no GCAP e importe os dados.

Como declarar prejuízos

Se você teve prejuízo com ações ou criptomoedas, informe mesmo assim. Esses valores podem ser compensados com lucros futuros, reduzindo o imposto a pagar. A compensação deve ser feita mês a mês, conforme as regras da Receita.

Atenção ao Imposto Pago/Retido

Verifique se houve IR retido na fonte em alguma operação. Esses valores devem ser declarados na ficha “Imposto Pago/Retido”, pois podem abater o valor final a pagar ou aumentar a restituição.

Use o programa correto da Receita Federal

Faça o download da versão atualizada do Programa Gerador da Declaração (PGD) ou use o sistema Meu Imposto de Renda (online ou app). A plataforma costuma ter campos intuitivos e facilita a importação automática de dados de anos anteriores.

Conclusão

Declarar investimentos no Imposto de Renda exige atenção, mas não precisa ser um bicho de sete cabeças. O segredo está na organização: com todos os documentos em mãos e um pouco de atenção aos códigos corretos, você faz tudo de forma correta e transparente. Manter suas obrigações fiscais em dia também ajuda a evitar malha fina e garante mais tranquilidade para investir com confiança.

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Laura Ferreira
Sou a Laura Ferreira, consultora financeira certificada. Com mais de 15 anos de experiência no setor financeiro, minha especialidade é o planejamento de aposentadoria, gerenciamento de dívidas e economia de dinheiro.